Groaíras está na lista dos 16 Centros de Vocação Tecnológica (CVTs) que serão fechados pelo Governo do Estado do Ceará

FONTE:http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional
Iguatu. Começou o fechamento dos Centros de Vocação Tecnológica (CVTs) no Interior cearense. Inicialmente, foram desativados 16 e mantidos 22. Apesar dos apelos de parlamentares federais e estaduais, prefeitos e da Associação dos Empregados do Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec), o governo manteve a decisão. Há risco de outras unidades serem desativadas até o fim do ano.

A decisão vem provocando lamentações entre coordenadores das unidades desativadas e apreensão para aqueles que se mantêm. "É lamentável. Houve mobilização, mas não resultou em nada", disse a coordenadora do CVT de Iguatu, um dos que foram fechados, Cláudia Pereira. Ex-alunos também reclamaram contra a decisão.

Em 11 de fevereiro passado, o caderno Regional do Diário do Nordeste, publicou matéria com o título "CVTs amargam redução de receita", mostrando que a maioria das unidades vinha dispondo de pouca verba nos últimos anos, deficiência na estrutura física e queda na oferta de cursos. A reportagem alertava para o risco do fim do projeto, implantado no Ceará na segunda metade da década de 1990, pelo então secretário de Ciência e Tecnologia, Ariosto Holanda.
Ameaça concretizada

"Agora não é mais ameaça, é uma decisão concreta", lamentou um coordenador do CVT, na região Centro-Sul do Ceará, que pediu para não ser identificado. "Tenho informação concreta de que todos os CVTs vão fechar até o fim do ano. É só uma questão de tempo para o pagamento das verbas trabalhistas rescisórias". Instrutores e coordenadores de 16 CVTs já receberam, desde o início deste mês, aviso prévio, além de outros servidores.

Segundo coordenadores ouvidos pela reportagem, o governo já acenou que não interessa mais manter o projeto de CVTs. "Essa decisão já foi anunciada para alguns prefeitos", frisou um coordenador que também não quis se identificar. "A prioridade são as Escolas Estaduais Profissionalizantes de tempo integral, que atendem outro público".

O CVT nasceu de uma ideia do deputado federal Ariosto Holanda, que implantou uma rede de unidades no Ceará com o objetivo de atender um público que precisava de qualificação rápida para ingressar no mercado de trabalho, adultos já empregados e necessitando de capacitação.

A Associação dos Empregados do Centec divulgou nota à imprensa em defesa dos CVTs que atravessam um período de crise com fechamento de mais da metade das unidades e demissões. O Centec é um órgão vinculado à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece). Houve uma redução superior a 50% no repasse do governo do Estado destinado ao Instituto Centec desde 2009, de acordo com a entidade.

Sucateamento

A redução da verba repercutiu no sucateamento das instalações físicas e em perdas salariais do seu quadro de pessoal. "Vocacionado para o desenvolvimento local, o CVT está apto a atuar no ensino, na extensão tecnológica, por meio de ações que atendam às demandas dos setores primário, secundário e terciário. Estas ações se dão prioritariamente em regiões onde a ação governamental nem sempre se faz presente na intensidade necessária e suficiente", afirma a nota. Os empregados do Centec asseguram que a rede CVT está a serviço dos segmentos informais e menos favorecidos, em contraponto à educação formal, que disputa o mercado. Conforme a nota, no seu papel de ferramenta a serviço da interiorização do desenvolvimento, a concepção e trajetória dos CVTs tem se revelado de alto alcance na promoção da qualidade de vida das comunidades.

A entidade contestou a afirmação de que o CVT já cumpriu o seu papel. Para os coordenadores do CVT, ainda há muito o que se fazer nas comunidades distantes dos centros dinâmicos da economia. O modelo implantado no Ceará serviu de base para que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) criasse o Programa de Centros Vocacionais Tecnológicos em vários Estados do País.

O Diário do Nordeste solicitou ao Centec esclarecimentos sobre a desativação das unidades, mas até o fechamento desta edição, não houve resposta à demanda.

Desativação

38

CVTs eram mantidos pelo Governo do Ceará até então. Os funcionários acreditam que 22 restantes devam ser desativados até o fim deste ano.

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