GROAÍRAS E CARIRÉ
Passagem molhada desaba e dificulta acesso a moradores
Moradores das cidades de Groaíras e Cariré se arriscam atravessando em canoas sem nenhuma proteção
Groaíras. O acesso que liga as cidades de Groaíras e Cariré ficou difícil depois que a parte da estrutura de uma passagem molhada sobre o Rio Acaraú desabou há cerca de dez dias. O acesso agora está sendo por canoas. Na última quarta-feira, o nível do rio voltou a subir e a travessia ficou mais arriscada. "Tive quer vir a Groaíras, fazer compras. Apesar da travessia, é mais viável do que ter que ir a Cariré", disse a dona-de-casa Lidiane Maria Farias.
Os canoeiros levam, além de pessoas, os seus meios de transportes como bicicleta e motos. O preço chega a custar o dobro da passagem que é de R$ 1,00. Mas tem gente que usa o transporte sem pagar nada. "Se é alguém que vai para o roçado, não tem como cobrar. Muitas vezes são diaristas que ganham R$ 18,00 por dia. Se ele for pagar toda vez que sobe na canoa não tem como alimentar sua família", disse o canoeiro Raimundo Alfredo da Silva. Ele não soube dizer quantas pessoas chega a transportar ao final de cada dia. "Chego aqui às 6 horas e só vou embora às 18 horas", completou Raimundo.
A maioria das pessoas que precisa fazer o percurso todos os dias é moradores das localidades de Daniel, Almas e Aroeiras, que fica em Cariré. Já do lado de Groaíras são os moradores de Sanharol e Marrecas, que precisam fazer a travessia do rio. A passagem molhada tem 200 metros de comprimento e foi construída há mais de 18 anos. "Nunca apareceu nenhuma pessoa preocupada em recuperar esta ponte. Agora, depois que caiu, pode ser que venha alguém aqui", reclamou Francisco José Lira, que também auxilia as pessoas na travessia. Ele informou que mesmo com o nível do rio baixo o risco de fazer a travessia a nado é muito perigoso. "O trecho esconde muita armadilha e a pessoa pode se afogar".
As canoas utilizadas como transportes chegam a levar, de uma só vez, duas a três motos além de pessoas, que a não utilizam nenhum equipamento de segurança como coletes de salvamento. Para o radialista Francisco Mirton Ximenes, só a intervenção do Estado poderá garantir a recuperação da passagem molhada. "Aqui é uma rodovia estadual, a CE-179, sem ajuda do Governo, os Municípios não têm como recuperar esta obra". A distância entre as duas cidades por esta rodovia é de apenas 10km. O outro acesso, por Sobral, aumenta para 58km.
Segundo o gerente regional do 7º Distrito Operacional do Departamento de Edificações e Rodovias (Der) em Sobral, José Ilo, já foi feito levantamento topográfico e fotográfico do local e é aguardada orientação do órgão em Fortaleza. "A recuperação do trecho danificado é importante para as duas cidades. A construção de uma ponte também faz parte de projeto que inclui a recuperação da rodovia". Acrescentou que a obra só deverá ser iniciada quando o nível das águas do rio baixar.
Wilson Gomes
Colaborador
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