Conheça a polêmica técnica antisseca no sertão da Bahia
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Há 5 décadas o sertão da Bahia não vive uma seca
intensa como a deste outono. A situação é tão complicada que o governo
do Estado resolveu apelar, contratando uma empresa que faz chover —
mesmo sem garantias.
A Modclima, responsável
pela “mágica”, é famosa por ter bombardeado nuvens mais de 300 vezes
para a Sabesp, companhia de saneamento de São Paulo. Majory Imai,
diretora da companhia, diz que fez cair água em 40% a 70% das
tentativas. “Muitas vezes uma nuvem está carregada, mas não chove onde
tem que chover.”
Sua técnica, mostrada no
infográfico, tem a vantagem de não usar produtos químicos que contaminam
o ambiente, como outras usadas para fabricar chuva. Só que a eficácia
de todas elas é uma incógnita. Afinal, quando cai água, nunca dá para
saber se foi por causa da empresa ou porque choveria de qualquer jeito,
naturalmente.
Os cientistas são céticos. “Estatisticamente, há algum resultado, mas é muito vago”, diz o meteorologista
da USP Pedro Dias. “Se há influência, é muito pequena.” Um estudo de
2010, feito em Israel, analisou 50 anos de fabricação de chuva no país e
concluiu que a estratégia é inútil.
Nada disso é suficiente
para desencorajar a Secretaria de Agricultura da Bahia, que pagou R$
200 mil pelo serviço. “A situação é crítica, qualquer esforço é
importante”, diz o secretário Eduardo Salles.