Cultura afro é tema de intervenções artísticas promovidas pela Escola Marieta Cals

Em consonância com a lei 10.639, que implementou a obrigatoriedade do ensino da cultura africana, da luta do povo negro no país e de toda a história afro-brasileira nas áreas social, econômica e política, a Escola de Ensino Médio Dona Marieta Cals ratifica seu compromisso com a educação cidadã, transformadora e de engajamento social, ao realizar por uma iniciativa da área de Ciências Humanas e suas Tecnologias, no dia 28 de Março, intervenções artísticas sobre cultura afro em ambos os turnos (matutino e vespertino).


Uma peça teatral sobre a Abolição da Escravidão no Ceará, pioneiro nesta façanha, escrita pelos professores Rodrigo Ferreira e Thamyris Matias, foi apresentada aos estudantes, com a surpreendente atuação de alunos que revelaram bastante entrosamento e naturalidade ao representar, fazendo jus ao nome do projeto ao qual está integrado, Encenação Total. O texto da peça foi além do enaltecimento passivo da data comemorativa sem senso crítico, ao voltar à atenção para o movimento abolicionista pujante na sociedade civil, as pressões externas, e as circunstâncias específicas da província cearense no concernente a relativa expressividade da mão de obra escrava naquele período de 25/03/1884. Muito mais do que uma peça, uma aula de História, que através da dramaticidade despertou o interesse generalizado do público presente. 

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Ainda sob a tutela do projeto Encenação Total, desfrutamos de uma apresentação artística de dança ao som da consagrada canção Canto da Cidade que diversificou a intervenção, trazendo múltiplos talentos à evidência na comunidade escolar, com a participação dos jovens novatos do 1º Ano, que gradativamente efetivam o processo de pertencimento neste segundo lar acolhedor para todos, que é a Escola Marieta Cals. 



No curso das intensas atividades da movimentada sexta-feira, o melhor estava por vir à noite, com palestras sobre a África proferidas por universitários africanos da UFC residentes em Sobral, 4: Ivanuel, Idelfrides, Emanoel e Xavier. Antecedendo a palestra, os garotos e garotas que ansiosamente esperavam pelo início da palestra, assistiram ao curta-metragem O Povo Brasileiro (Matriz Afro), de Darcy Ribeiro, um clássico do antropólogo brasileiro transposto para película. 


A palestra finalmente teve início às 20h00min. Descontraídos, os convidados rapidamente se sentiram em casa, e falaram de toda sorte de assuntos relacionados à cultura africana: religiosidade, danças, música, costumes e tradições. Os estudantes mostraram-se bastante instigados, a todo o momento fazendo perguntas e se deixando levar pela simpatia dos irmãos africanos. Confirmando aquilo que os pupilos do Marieta aprendem em sala, através das falas pode-se constatar a pluralidade étnica africana, com cada um falando sobre seu país, tais como São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Guiné-Bissau, passando ao largo da generalização etnocêntrica levada a cabo pela indústria cultural, que retrata uma África exótica e selvagem, desde as animações infantis da Disney, até as notícias invariavelmente ruins veiculadas pela grande mídia, reforçando o preconceito. 


Ao final da palestra, coroando com mais alegria ainda o dia diferenciado na escola, aconteceu uma pequena demonstração do ritmo sensual africano Tarraxinha, o que alvoroçou os presentes, todos quiseram aprender os provocantes passos.

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