Doença da 'urina preta' já tem três casos suspeitos no Ceará; veja sintomas e procedimentos

O Ceará registrou três casos suspeitos de "mialgia aguda a esclarecer", a síndrome ainda misteriosa que está sendo chamada de "doença da urina preta". Os dados foram divulgados, ontem, pela Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa). Em nota técnica, a Pasta informou que os registros estão em investigação e as amostras colhidas estão em fase de análise.

De acordo com a Sesa, os sinais e sintomas apresentados foram: dores musculares intensas de início súbito, acometendo, principalmente, a região cervical, membros inferiores e superiores e mudança na tonalidade da urina (variando entre vermelho escuro e castanho). Nenhum dos pacientes apresentou febre, cefaleia, artralgia (dor articular) ou exantema (erupção cultânea).
Os três casos no Estado foram notificados até o último dia 10. A Sesa afirma que foi realizada a coleta de amostras dos pacientes para diagnóstico laboratorial e que tanto a Pasta quanto a Secretaria de Saúde do Município de Fortaleza (SME) estão monitorando a investigação, com objetivo de esclarecer a síndrome, e também estão considerando os casos registrados na Bahia.

Em visita ao Ceará, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que a Pasta está acompanhando os casos e que na Bahia não houve mais incidência da doença. "É uma questão que está sendo acompanhada, nós esperamos logo ter a possibilidade de identificar efetivamente o que se trata e providenciar os cuidados para que ela não se propague", acrescentou o gestor, que tentou diminuir a preocupação em torno da nova moléstia. "Vamos aguardas os estudos. No momento nossa preocupação é coma a febre amarela e o estado do Ceará não está em alerta, mas temos 19 estados com confirmações", desconversou.

Definição

Já o secretário da Saúde do Ceará, Henrique Javi, afirmou que a doença é uma condição nova e que os três casos ainda estão em investigação, não tendo uma definição clara da causa. Sobre os registros, o titular da Saúde revela: "um dos nossos casos é de uma pessoa que veio da Bahia, esteve no Ceará no fim do ano e voltou para lá com sintomas. Os outros dois casos são do Ceará. Um é da família da pessoa que veio da Bahia. O terceiro também teve um convívio, no mesmo local, na mesma região".

Javi reforça que é preciso ter cautela para entender a doença e diz que os quadros das pessoas no Ceará são estáveis. "Os dois são de Fortaleza. A pessoa que foi para a Bahia era uma mulher. Os outros dois casos, se não me engano, são masculinos", complementou. Segundo a Pasta estadual, o tratamento da doença é sintomático e recomenda-se observar a mudança na tonalidade da urina como sinal de alerta; neste caso o paciente deve ser hidratado imediatamente. Não é recomendado, nesses casos, o uso de anti-inflamatórios.

Na nota técnica, a Sesa informa que a mialgia aguda a esclarecer não é uma doença de notificação compulsória, porém deve haver notificação imediata dos pacientes que apresentarem os sintomas ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS).

A secretaria orienta ainda que devem ser coletados os seguintes exames em casos de pacientes suspeitos, que devem ser encaminhados para o Laboratório Central do Estado(Lacen): fezes (in natura); urina (mínimo de 03 ml); soro (mínimo de 03 ml); hemocultura.

Os primeiros casos da doença surgiram em dezembro de 2016, na Bahia. Na época, o governo baiano emitiu alerta epidemiológico informando às unidades de saúde do Estado sobre a doença, chamada "mialgia aguda a esclarecer". Até 5 de janeiro deste ano, o governo da Bahia registrou 52 casos suspeitos, todos na Região Metropolitana de Salvador. No boletim anterior, de 19 de dezembro, 22 foram notificados.

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