O Conjunturas desta quarta-feira (18) discutiu o fato de 47% das vítimas de homicídios nos sete primeiros meses em Fortaleza eram envolvidas com grupos criminosos. O dado é da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS). O deputado federal Cabo Sabino (PR), oriundo da polícia, traçou panorama crítica do envolvimento das facções criminosas com instâncias de poder.
Também participaram do debate o deputado estadual Carlos Matos (PSDB) e o vereador de Fortaleza Guilherme Sampaio (PT). O programa vai ao ar todas as segundas, quartas e sextas-feiras, pela manhã, na rádio Tribuna BandNews FM.
O dado da SSPDS é resultado do trabalho de comissão especial que analisou os 1.080 Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) ocorridos em Fortaleza nos sete primeiros meses de 2017.
O deputado Cabo Sabino citou suposta trégua das facções criminosas em todo o País, inclusive em Fortaleza, em 2016. “O Governo não assumia, na época, que havia essa trégua, mas os índices (de violência) foram lá pra baixo”, pontua. A paz teria acabado em 2017. “O País não tem política de segurança pública e não sabe controlar o crime organizado, nós não temos forças”, disse.
Ele alertou para cenário mais crítico. “O crime organizado está além daquilo que se pode imaginar nesse momento. Estão hoje infiltrados dentro de todas as forças policiais – de agente de trânsito à Polícia Federal, dentro das Forças Armadas, estão dentro do Poder Judiciario, estão dentro do Ministério Público, dentro da política. No prazo máximo de 15 a 20 anos, se nós não pudermos mudar, nós teremos um presidente da República eleito, financiado pelo crime organizado do Brasil”, afirmou.
Guilherme Sampaio ressaltou que o depoimento de Sabino é grave por partir de um profissional da segurança pública e parlamentar que acompanha as políticas públicas. “O Estado brasileiro está desnorteado diante do avanço da criminalidade. Há vários equivocos que considero estruturais no enfrentamento: o primeiro deles é a forma como se trata a política de drogas”, destacou.
O petista também criticou a fragilidade das instituições públicas após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e da exposição da corrupção histórica e generalizada no País.
“Há uma grande desmoralização do poder público, há desmoralização do Congresso, que é mais antiga; uma desmoralização do presidente da República e desmoralização do Judiciário e do Ministério Público. Quando as instituições se fragilizam, esse estado paralelo ganha força, porque eles percebem que não há uma aglutinação do poder do Estado para o enfrentamento dessa mazela que é a criminalidade”, disse o vereador.
Carlos Matos aproveitou o debate para fazer críticas a gestões petistas. Ele acusou o Governo Camilo de estar envolvido com o crime. “A criminalidade cresceu e o relacionamento com o crime que o poder público teve foi um desastre, estamos falando de um acordo nacional que aconteceu em 2015 e 2016, com o governo do Ceará envolvido, um governo do PT. Esse relacionamento com criminosos é preocupante”, afirmou.
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