Veja como votaram os cearenses na 2ª denúncia contra Temer

Brasília. Mesmo com 12 votos a menos que na votação da primeira denúncia e apesar de os governistas terem levado oito horas para reunir o número mínimo de deputados para abrir a sessão, o resultado de ontem repetiu o desfecho favorável ao governo, assim como ocorreu na análise da primeira denúncia do ex- procurador-geral da República, Rodrigo Janot. No Ceará, contudo, Michel Temer conseguiu um voto a mais em relação à votação de 2 de agosto.

Orientaram a favor de Temer PMDB, PP, Avante, PSD, PR, DEM, PTB, Pros, PSL, PRB, Solidariedade, PSC e PEN. Contra, PT, PSB, PDT, PC do B, Podemos, PPS, PHS, PSOL e Rede.

Ficaram em cima do muro (liberaram as bancadas) o PV e o PSDB, esse último principal aliado do PMDB no governo.

O partido rachou durante todo a crise. De um lado, o grupo de Aécio Neves (MG), favorável a Temer, e de onde saiu o relatório favorável a Temer. De outro, o de Geraldo Alckmin (SP) e Tasso Jereissati (CE), contra, além da maioria dos deputados mais jovens do partido.
Nos discursos da sessão de ontem, Temer foi acusado por vários deputados de comprar votos para permanecer no poder.

"Não aceitamos que o presidente da República tenha que trocar votos por trabalho escravo no País", afirmou Alessandro Molon (Rede-RJ). "São movidos por dinheiro. São confessadamente movidos por dinheiro", disse Miro Teixeira (Rede-RJ).

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu para tirar essas últimas palavras dos autos.

Lista com valores

Após uma foto começar a circular na internet, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) negou que a lista com valores do Ministério da Agricultura que estava analisando no plenário tenha a ver com a votação.

A oposição afirmou que a imagem comprovava que houve "compra de votos" e acusou o deputado, um dos principais integrantes da tropa de choque de Temer, de "conferir" se os deputados que receberam recursos da pasta estavam em plenário.

Segundo Perondi, o documento é uma lista de demandas de cidades do Rio Grande do Sul.

Cearenses

Com apenas um ausente, que foi o deputado Adail Carneiro (PP), a bancada cearense ficou praticamente dividida na votação da denúncia contra Temer.

Dez deputados votaram pela rejeição do processo (pró-Temer): Aníbal Gomes (PMDB), Danilo Forte (PSB), Genecias Noronha (SD), Gorete Pereira (PR), Macedo (PP), Moses Rodrigues (PMDB), Raimundo Gomes de Matos (PSDB), Ronaldo Martins (PRB), Vaidon Oliveira (DEM) e Domingos Neto (PSD).

Na declaração do voto, alguns deputados votaram a favor do relatório pelo posicionamento do partido e muitos não se explicaram. O deputado Domingos Neto alegou que a denúncia não apresenta substância jurídica. "Não posso patrocinar a troca de um presidente com uma denúncia frágil", declarou.

Pelo prosseguimento da investigação foram favoráveis os deputados José Airton (PT), Luizianne Lins (PT), José Guimarães (PT), André Figueiredo (PDT), Chico Lopes (PCdoB), Ariosto Holanda (PDT), Lêonidas Cristino (PDT), Vicente Arruda (PDT), Vitor Valim (PMDB), Cabo Sabino (PR) e Odorico Monteiro (PSB).

Segundo o deputado André Figueiredo, "o povo está indignado com a falta de vergonha na cara, com roubo e com a corrupção instalada no país". Lêonidas Cristino declarou que Temer "desonrou o cargo de presidente" ao ser denunciado duas vezes seguidas. Para o deputado Aníbal Gomes, a rejeição da denúncia era esperada já que no ano que vem ocorre uma nova eleição para presidente. "A delação não está comprovada, a maioria da Câmara está convicta de que não vale a pena trocar de presidente agora", disse.

O deputado Danilo Forte, informou que não gostaria de ser responsável pela "ingovernabilidade do país". Segundo o parlamentar, o presidente precisa aproveitar esse momento para "reformular o governo e dar continuidade aos avanços do país".

Oposição

Na avaliação do deputado Chico Lopes, a Câmara desonrou o seu compromisso com o povo. Ele ressaltou que o presidente investiu caro para garantir a vitória. "Já sabíamos que ele não iria ser cassado, investiu nas emendas, nos empregos, nos órgãos, infelizmente o Congresso saiu menor do que começou", informou.

O líder da minoria, deputado José Guimarães, declarou que a vitória do presidente é apenas "matemática". "Não tem votos para as reformar, o governo é um carro velho com os quatro pneus furados", disse o petista.

****Colaborou Carolina Curvello

FONTE: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br


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