Estudante de Cariré que é beneficiário do 'Bolsa Família' e medalhista em olimpíadas, é destaque no jornal O POVO

Tiago Crispim, medalhista da Escola Marieta Cals, Cariré-CE / Divulgação 
Os números são vistos por professores e especialistas como um avanço na oportunidade de educação principalmente para as famílias mais pobres. Os dados, que apontam essa transformação, são também histórias de vida. Natural de uma localidade da zona rural de Cariré (distante 282,2 km de Fortaleza), Tiago Mota Crispim, 17, começou a se interessar pela matemática por causa do sistema solar e dos corpos celestes. "Sempre gostei dos estudos de astronomia". 

Sem computador em casa, ele costuma assistir a documentários sobre o assunto pelo celular.

Vencedor de medalhas nos anos de 2016 e 2017, o garoto cursa o 3º ano do ensino médio na Escola Dona Marieta Cals, em Cariré. Tiago acumula ainda menções honrosas e outras sete medalhas em olimpíadas de Física e Astronomia. "Meus maiores incentivos são meu pais, que são semianalfabetos, mas sempre perceberam que nosso estudo era o mais importante". O "nosso" na frase diz respeito a ele e ao irmão, que foi a primeira pessoa da família a cursar o ensino superior. Outra inspiração é o professor de Matemática e Física Fagner Aguiar, que o apoia a continuar.

"É muito importante esse programa porque minha família não tem muitas condições de bancar financeiramente meus estudos com material escolar. Tudo isso sempre foi do Bolsa Família", atesta Tiago Crispim.
Para Mário Viana, 31, professor do projeto Obmep no Adauto, realizado na Escola de Ensino Médio Adauto Bezerra, em Fortaleza, a renda do programa é um incentivador à permanência escolar.


TIAGO Crispim, medalhista da Escola Marieta Cals, Cariré-CE Divulgação
TIAGO Crispim, medalhista da Escola Marieta Cals, Cariré-CE / Divulgação
FONTE: https://www.opovo.com.br/jornal/cidades/2018/08/9-5-das-medalhas-do-ce-na-olimpiada-de-matematica-sao-de-beneficiario.html
Conforme o MDS, para a realização do estudo foram cruzadas a base de dados do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, no qual os beneficiários do Bolsa Família estão inseridos, com a de medalhistas e menções honrosas da Obmep nas edições de 2011 a 2017. Nesse período, o Ceará recebeu 11 medalhas de ouro, 30 de prata, 82 de bronze e 55 menções honrosas. Desde 2011, já foram distribuídas 45 mil medalhas em todo o Brasil.

"O maior resultado não são as medalhas. É mostrar que todo estudante de escola pública pode ter um bom relacionamento com a disciplina de Matemática", avalia Mário Viana. 

Adriana Eufrásio Braga, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC), analisa que as políticas públicas têm forte impacto na educação básica, combatendo a evasão escolar e atuado na redução da vulnerabilidade. "Elas dão oportunidade para que esse alunado tenha a porta aberta para que possa pleitear essas competições".

Em Cariré, a realidade já não é mais a mesma para Tiago, que com o potencial que tem e o apoio da família e da escola, escolheu ser professor de Física. Diante da trajetória, o sonho do estudante parece uma linha de chegada cada vez mais próxima.

























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