FOTO:BBC BRASIL
Um estudo com ratos, publicado na revista científica Reproductive Biology and Endocrinology,
mostrou que as ondas de ultrassom podem ser usadas para reduzir a
contagem de esperma a níveis considerados inférteis em humanos.
Os cientistas descrevem o ultrassom
como um "candidato promissor" como contraceptivo, mas novos testes ainda
serão necessários para garantir que o método é seguro e que o efeito é
reversível.
O conceito de usar as ondas sonoras para reduzir
a fertilidade masculina surgiu nos anos 70, mas agora está sendo
explorado a fundo por pesquisadores da Universidade da Carolina do
Norte, nos Estados Unidos, que receberam financiamento da Fundação Bill
& Melinda Gates.
'Água salgada'
O mais recente estudo descobriu que duas
aplicações de 15 minutos "reduzem significativamente" o número de
células produtoras de esperma e a contagem de esperma.
As sessões se mostraram mais eficazes quando realizadas com um intervalo de dois dias e através de água morna salgada.
Em humanos, segundo os pesquisadores, homens são
considerados subférteis quando sua contagem de esperma fica abaixo dos
15 milhões/ml. A contagem de esperma nos ratos ficou abaixo de 10
milhões/ml.
"Ainda precisamos de mais estudos para
determinar por quanto tempo dura o efeito contraceptivo e se é seguro
utilizá-lo múltiplas vezes", disse o líder da pesquisa James Tsuruta.
A equipe também precisa garantir que o efeito do
ultrassom será totalmente reversível, podendo ser usado com
contraceptivo e não como esterilização, além de analisar se pode haver
danos cumulativos com a repetição das aplicações.
"A ideia é boa, mas ainda é necessário muito
trabalho", disse o professor de andrologia da Universidade de Sheffield,
na Grã-Bretanha, Allan Pacey.
Segundo ele, é provável que a produção de
esperma volte ao normal após as aplicações, mas "os espermatozóides
podem ficar danificados e qualquer bebê que venha deles pode ter
problemas".
"A última coisa que queremos é um dano prolongado ao esperma."
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