Os nomes dos principais políticos que podem se candidatar às eleições de 2018 aparecem em propostas de delações premiadas de empreiteiras relacionadas à Operação Lava Jato. Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Aécio Neves (PSDB), José Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Michel Temer (PMDB) foram citados nas delações de executivos da construtora Odebrecht e da OAS à força-tarefa da Lava Jato.
O senador Aécio Neves aparece nas planilhas que listam o recebimento de propinas da Odebrecht com o apelido "mineirinho" e teria recebido R$ 15 milhões. Aécio também é investigado por supostamente integrar uma trama de corrupção da subsidiária da Eletrobrás em Furnas e de maquiar dados do Banco Central em 2005. O atual ministro das Relações Exteriores do país, José Serra, por sua vez, também teria aparecido em mesma lista e teria recebido R$ 23 milhões em caixa dois em 2010. E o governador de São Paulo, Geraldo Alckimin, conhecido nas mesmas planilhas como o "santo", também teria recebido caixa dois entre 2010 e 2014.
Com apenas 4% da intenção de voto, o presidente Michel Temer foi citado 43 vezes em uma das delações da Odebrecht. E a ex-senadora Marina Silva, que venceria no segundo turno contra Lula, teria recebido, de acordo com a delação de Léo Pinheiro, que acabou sendo suspensa, caixa dois para sua campanha eleitoral de 2014 em 2010.
Lula é o único que já é réu
Lula, que em pesquisa do Datafolha iria com folga para um segundo turno das eleições presidenciais, é alvo de cinco processos, três relacionados à Lava Jato e outros dois nas operações Janus e Zelotes e é o único político dos citados acima que já é réu.
No primeiro âmbito, Lula é acusado de tentar obstruir as investigações e de tentar comprar a delação premiada do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, tendo participado de um esquema para tal.
O político também é réu em ação sobre uma suposta lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá e sofre a acusação de corrupção passiva em trama que envolve a Odebrecht, na Lava Jato. Na Zelotes, Lula se tornou réu sob a acusação de lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de influência. Já na Janus, o ex-presidente teria participado de esquema envolvendo obras de empreiteira em Angola e a empresa Taiguara Rodrigues.
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