O Ceará é o estado brasileiro onde mais jovens entre 12 e 18 anos são mortos, de acordo com estudo do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) divulgado nesta quarta-feira, 11. O Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) em 2014, no Estado, é de 8,71, seguido das taxas de Alagoas (8,18), Espírito Santo (7,79), Bahia (7,46) e Rio Grande do Norte (7,40). Entre as capitais, Fortaleza também lidera, com um índice ainda maior - 10,94 mortes por grupo de mil.
O índice geral do Brasil é de 3,65 mortes dentro do grupo de mil jovens, ou seja, menos da metade do índice do Ceará. O valor se aproxima do IHA da região Nordeste, que apresentou 6,5 mortes a cada grupo de mil adolescentes. No período de 2005 a 2014, o Nordeste apresentou "panorama assustador de crescimento quase constante", indica o estudo. O Unicef analisou os homicídios de adolescentes entre 12 e 18 anos nos 300 municípios com mais de cem mil habitantes.
Das dez unidades federativas com índice mais elevado, oito são do Nordeste; Pernambuco é o único dessa região que ficou abaixo do índice nacional. Entre os municípios, Fortaleza aparece em terceiro lugar com pior HIS, atrás de Serra (ES) e Itabuna (BA). A Bahia, inclusive, apresenta mais cidades entre as 20 com maior risco na adolescência (Itabuna, Camaçari, Vitória da Conquista, Feira de Santana e Salvador). A capital brasileira com o segundo pior índice é Maceió, com 9,37 mortes por grupo de mil.
Os dados revelam que tanto o Ceará como Fortaleza são muito perigosos para adolescentes viverem, mas o sociólogo e membro do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, Thiago de Holanda, destaca que determinadas áreas concentram esses homicídios. "O risco não afeta todos da mesma forma, mas recai sobre a população mais pobre, em determinados territórios pautados pela fraca presença do Estado, muita circulação de armas de fogo e mercado ilícito muito intenso", afirma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.