O aumento de casos suspeitos de febre amarela em Minas Gerais fez com que o Ministério da Saúde notificasse a Organização Mundial da Saúde (OMS). Já são 14 mortes sob investigação de um total de 23 casos sob suspeita em dez municípios. Desse total de casos sob suspeita, 16 são apontados como prováveis e sete estão sob investigação.
O ministério apura a possibilidade dos casos estarem associados a outras doenças que apresentem febre hemorrágica, como dengue, leptospirose, hepatite viral, entre outras. Em nota, o Ministério da Saúde informa que disponibilizou técnicos para acompanhar e auxiliar o estado e os municípios na investigação dos casos. E que será iniciada a vacinação casa a casa nos locais onde há registros, preferencialmente na área rural.
Pedro Tauil, doutor em medicina tropical e professor da UnB, lembra que “a doença não tem tratamento e é uma infecção gravíssima”. Ele comenta ainda que “a preocupação das autoridades sanitárias é evitar o retorno da forma urbana da doença, feita por meio da transmissão do Aedes aegypti”. O professor considera essa hipótese mais remota porque “registramos poucos casos de febre amarela, se considerarmos casos de dengue, chikungunhya e zika”. Mas adverte que “é possível, sim, uma reurbanização da doença, mas acredito que seja difícil acontecer atualmente no país”. O último caso registrado de febre amarela urbana no Brasil ocorreu no Acre, em 1942, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
A infecção se instala quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra a doença é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano. Ou seja, o mosquito infectado pica uma pessoa sã. Além do homem, a infecção pelo vírus também pode acometer outros animais. Entre eles, macacos — que podem ter a doença sem sintomas, mas com quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra.
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