TSE começa hoje julgamento de cassação da chapa Dilma-Temer por abuso de poder político e econômico em 2014

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inicia hoje o julgamento mais importante de sua história. Pela primeira vez, a corte eleitoral terá a missão de analisar um pedido de cassação de uma chapa presidencial eleita em 2014, tendo como vencedores a petista Dilma Rousseff e o peemedebista Michel Temer. Com base em um processo com mais de 6 mil páginas, condensado em um relatório de pouco mais de mil, o ministro Herman Benjamim pedirá a cassação da chapa.

Herman analisa a acusação de que a chapa PT-PMDB eleita em 2014 praticou abuso de poder político e econômico. O atual relator assumiu em agosto do ano passado no lugar da antecessora, Maria Thereza de Assis Moura, que terminou seu mandato no TSE sem concluir o processo.
O caso vinha morno, com depoimentos ligados sobretudo às gráficas que prestaram serviços à chapa. Mas o relator incendiou o caso ao convocar para depor os delatores da Odebrecht, que estavam, até então, restritos às investigações da Operação Lava-Jato.

Com isso, o TSE deparou-se com a declaração de Marcelo Odebrecht, que confirmou ter doado R$ 150 milhões para a campanha presidencial de Dilma em 2014 — a maior parte desse montante por caixa 2. Como Temer se beneficiou da eleição, como vice, Herman pede que a dupla seja cassada.

O relator também ouviu outros ex-executivos da empreiteira, que confirmaram o esquema gigantesco de pagamento de propinas da construtora para financiar campanhas políticas e comprar, por exemplo, apoio de partidos como o PRB, PCdoB, PDT, Pros e PP.

Marcelo também afirmou, nos depoimentos, jamais ter tratado de financiamento ilegal com Temer, tampouco com Dilma. Mas insinuou que ela sabia das negociações, conduzidas, na maior partes das vezes, por ministros ou ex-ministros dos governos petistas, como Antonio Palocci e Guido Mantega. No caso do PMDB, o nome que aparece nas conversas é o do atual chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.


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