Michel Temer terá que conviver com um novo fantasma em seu governo após a prisão do seu ex-assessor e braço direto, Rocha Loures. A expectativa de uma possível delação premiada do presidiário irá rondar o imaginário do peemedebista por muito tempo. Segundo informações do colunista Lauro Jardim, do O Globo, o mesmo que deu o furo de reportagem sobre a delação da JBS, o Planalto está "prendendo a respiração" após a prisão de Loures e uma possível delação premiada.
Rodrigo Rocha Loures ainda nem foi transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Minas Gerais, mas o assunto delação premiada já ronda sua prisão. Segundo o advogado do ex-assessor de Michel Temer, Cezar Roberto Bittencourt, Loures foi preso para delatar.
A defesa do peemedebista garante que, mesmo ele tendo sido preso para fazê-lo delatar, Loures permanecerá calado. A impressão de pessoas próximas ao ex-assessor é diferente. Segundo Lauro Jardim, quem conhece Loures garante que ele não tem força suficiente para permanecer preso por muito tempo sem abrir a boca.
O advogado de Rodrigo Rocha Loures questionou o momento em que Edson Fachin, ministro relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, expediu o mandato de prisão contra seu cliente. Segundo a defesa do braço direito de Temer, Fachin poderia esperar até terça-feira (6), quando as turmas do STF se reúnem, para expedir o pedido de prisão.
A prisão de Rocha Loures já era esperada. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já na quinta-feira (2) havia pedido a prisão do ex-assessor de Michel Temer após ele ter pedido a prerrogativa de foro, quando deixou o cargo de deputado federal para a volta de Osmar Serraglia, que havia deixado o Ministério da Justiça e voltaria à Câmara para assumir seu mandato.
Reação do Planalto
O Palácio do Planalto decidiu não se manifestar oficialmente sobre a prisão do ex-assessor e braço direito de Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, porém o líder do Executivo resolveu se movimentar, prevendo uma possível implicação maior ainda do seu nome. Após a prisão de Loures no sábado (3) pela manhã, Michel Temer voou de Brasilia para São Paulo para poder se encontrar com seu advogado e traçar uma estratégia jurídica.
Michel Temer já é investigado no Supremo Tribuna Federal, e na última semana foi definido por Fachin que ele deverá prestar depoimento junto à Polícia Federal. Já em meio a investigações envolvendo seu nome, o medo do Planalto é que uma possível delação de Rocha Loures possa acelerar ainda mais o trâmite do inquérito envolvendo Temer, e, claro, piorar sua situação.
Vale lembrar que além de toda essa investigação envolvendo o nome de Michel Temer, na terça-feira (6), o Tribunal Superior Eleitoral irá julgar a chapa Dilma-Temer, que caso seja condenada, pode culminar com a cassação do mandato de presidente da República.
Manipulação de agenda
Além de todas as suspeitas e certezas que recaem sobre o Palácio do Planalto após a delação premiada da JBS, uma nova questão é levantada sobre a idoneidade do Executivo brasileiro. Segundo reportagem da revista Época, o Planalto alterou os dados da agenda de Michel Temer no mesmo dia em que foi realizada uma operação pela Polícia Federal, dia 18 de agosto de 2014.
Curiosamente, nesse mesmo dia, Joesley Batista teria encontrado Michel Temer pra informá-lo que havia recebido a liberação para repassar R$ 15 milhões ao PMDB para a campanha eleitoral da chapa Dilma-Temer. Essa informação foi confirmada por Joesley em sua delação premiada.
Segundo consta na agenda de Temer, como apurou Época, a única informação apresentada é: "Sem compromissos profissionais". A revista informou que o código fonte foi alterado, segundo dois peritos da PF que analisaram as páginas. O Planalto argumenta que foi simplesmente uma troca de banco de dados. #Dentro da política
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