Quem esteve visitando a Biblioteca Municipal Antônio Adrião da Silveira, mantida pela Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Cariré, foi o escritor Francisco Evandro Aguiar, filho natural de Cariré, e que há vários anos está radicado em Manaus, capital de Amazonas. Na Biblioteca Municipal de Cariré, o escritor Evandro Aguiar foi recebido pela bibliotecária Antônia Maria Paiva Silva. Na ocasião, Evandro Aguiar fez a doação do livro de sua autoria intitulado "Rio Javari - O rio martirizante na Bacia Amazônica", lançado pela Editora Appris e à venda em várias livrarias do Brasil.
Para quem não sabe, Evandro Aguiar é filho do lendário ex-tabelião de Cariré, Osmundo Aguiar (in memoriam), e irmão do também já saudoso escrivão Mauro Jackson Aguiar.
Sinopse do Livro
“O Rio Javari, conhecido antigamente com o nome de “Hiauari”, não notabilizou-se logo de princípio. Ao tempo em que passou por períodos de desbravamento não fez heróis, fez mártires. Não fez vencedores, fez vítimas. Não distribuiu glórias, matou e aniquilou.” (Castilhos Goycochêia). “Não basta chegar a ver, mas é necessário conhecer o heroísmo do seringueiro, os sacrifícios que empreendem nestas matas inóspitas. No rio Jacurapá, eu quis ver e acompanhar esse herói da floresta. [.] e constatei o imenso trabalho, a luta, as dificuldades que se encontram nesse serviço.” (Frei Pio, da ordem dos Capuchinhos). “Remate de Males etimologicamente quer dizer: lugar onde se findam os males. Definição esta que é uma verdadeira ironia da realidade, se se considerar que pelo seu péssimo clima aqui não se terminam os males, ao contrário com a máxima facilidade se adquirem muitas moléstias se a morte antes não acabar com todas as dores até mesmo com a existência” (Livro Tombo da Paróquia de S. Sebastião). “Remate de Males, às treze e trinta. A igreja, torre de zinco. Fazia um calor de rematar. O palácio do lugar é a loja maçônica, e todos acabaram virando maçons por causa da importância do palácio. Numa loja: – tem álcool? – Não senhor. – Não tem coisa nenhuma, chapéu de palha, remo, alguma coisa feita aqui para levar como lembrança. – Não tem não senhor, ninguém faz nada nesta terra desgraçada. Afinal topamos com um casal de maleiteiros na janela e as famílias na porta, maleiteiríssimos também. – Quantos filhos o senhor tem? – São doze, señor. Difícil sustentar nesta terra desgraçada. Logo adiante: Menino, você não sabe quem tem umas bananas pra vender? – Não tem. – Não tem. Como não tem. porque não plantam. Ah. é uma terra desgraçada.” (Mário de Andrade)".