FOTO:REPRODUÇÃO DA BBC BRASIL
A pesquisa é a porta de entrada para novos tipos de tratamentos
precoces que podem se tornar a melhor chance da medicina para combater a
enfermidade.
Os cientistas, da Escola de Medicina
da Universidade de Washington, selecionaram para o estudo pacientes
britânicos, americanos e australianos que possuem risco genético de
desenvolver a doença.
Dos 128 pacientes examinados, 50% têm chances de herdar uma das três mutações genéticas conhecidas pela ciência que provocam o mal de Alzheimer.
O grupo também tem chance aumentada de começar a
sofrer da doença a partir dos 30 ou 40 anos - muito mais cedo que a
maioria dos pacientes de Alzheimer, que em geral desenvolvem o mal na
casa dos 60 anos.
Os pesquisadores analisaram os pais dos
pacientes para descobrir com que idades eles haviam desenvolvido a
doença. A partir disso começaram a tentar avaliar quanto tempo antes
disso era possível detectar os primeiros sinais da enfermidade.
Foram realizados exames de sangue, de líquor
(fluído cerebrospinal), de imagens do cérebro e também avaliações de
habilidades mentais nos pacientes.
Os pesquisadores descobriram, então, que era possível detectar pequenas mudanças no cérebro de quem possuía alguma das mutações que no futuro levarão ao surgimento do Alzheimer.
Eles sugerem que a primeira mudança, uma queda nos níveis da proteína conhecida como amiloide - componente-chave dos neurônios - no fluido cerebrospinal, pode ser detectada 25 anos antes do aparecimento dos sintomas da doença.
Por volta de 15 anos antes do aparecimento da doença, pacientes já apresentavam níveis anormais de placas b-amiloides. Além disso, imagens do cérebro revelaram encolhimento em algumas regiões do cérebro desses pacientes.