Lukas Wartman é um médico especialista em leucemia que conseguiu se
recuperar da própria doença pela terceira vez após um tratamento de
ponta ter encontrado nos genes dele a origem do câncer.
Ele atualmente trabalha em um
hospital de St. Louis, nos Estados Unidos, e o centro de oncologia onde
faz a pesquisa é referência no mapeamento do genoma e no combate à
doença conhecida como câncer do sangue.
A enfermidade tem origem na medula óssea e mata
mais de 250 mil pessoas por ano em todo o mundo, de acordo com dados da
Agência Internacional para Pesquisa em Câncer.
Ele descobriu ter leucemia pela primeira vez
durante o último ano de seus estudos de medicina na Universidade de
Washington, ainda em 2003, quando passou por um tratamento de
quimioterapia que durou dois anos.
"Eu estava passando por momentos difíceis,
estava me sentindo muito fraco e, logo depois fui diagnosticado com
leucemia", lembra ele.
O então estudante já tinha grande interesse no
combate ao câncer de sangue e depois de se recuperar da doença, decidiu
se especializar nesta área.
"Não havia dúvidas do que fazer com a minha
vida, depois que fui diagnosticado. Foi fácil se manter motivado,
terminar a residência e prosseguir para uma bolsa de estudos nesta
área", conta ele.
Recaídas
Alguns anos depois, ele voltou a sofrer os sintomas e, mais uma vez, se encontrou na posição de paciente.
Desta vez, a solução foi um transplante de
medula óssea do seu irmão mais novo, o que o manteve saudável durante
três anos, mas em 2011, a leucemia evoluiu novamente.
Nesta época, Wartmann trabalhava como professor de medicina na mesma universidade em que havia estudado. Ele, melhor do que ninguém, sabia que as chances de sobreviver a uma segunda recaída eram pequenas.
Na mesma época ele deu início a estudo de ponta baseado na leitura de suas próprias células saudáveis e cancerígenas.
Os pesquisadores descobriram que a causa do
câncer estava na produção excessiva de uma proteína feita por uma gene
saudável de Wartmann.
Foi utilizado, então, um remédio para câncer nos
rins que consegue inibir esta produção de proteína e, assim, a leucemia
regrediu pela terceira vez.
Os médicos estão otimistas com o tratamento que pode virar referência no combate ao câncer de sangue.
No entanto, como a experiência é inédita,
ninguém sabe ao certo quais serão as consequências dos procedimentos
adotados, que ainda estão em fases de teste.
Dr. Wartman, como é conhecido, voltou a conduzir o estudo, mais motivado do que nunca em busca de respostas.
O coordenador das pesquisas no laboratório, Timothy Ley, acredita que a experiência do colega é um diferencial importante.
"Ele tem uma paixão que eu nunca vi em outras
pessoas que trabalharam no meu laboratório para entender a biologia da
leucemia e para rapidamente pegar os resultados do que desenvolvemos no
laboratório para ser testado em clínicas".
FONTE: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/07/120726_medico_leucemia_as.shtml
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