As chuvas registradas em janeiro deste ano no Ceará estão 28% abaixo da média histórica para o período, de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Segundo o órgão, o esperado para o este início de ano é de 98,7 milímetros de chuva acumulados em todo o estado; o observado em 2017 é de 70 milímetros, 28,4% a menos que a média histórica.
As chuvas mais fortes no estado ocorreram no Cariri, única região do estado onde o volume de chuva está acima da média para o período. Em Abaiara, o volume acumulado é de 215 milímetros, 41% acima da média. Também há um acúmulo de chuva acima da média no Crato (11% a mais) e Barbalha (5%).
Previsão para o trimestre
A previsão da Funceme para os três primeiros meses do ano é a melhor desde 2012. De acordo com a fundação, A maior probabilidade (40%) é de que o volume de chuva fique próximo à média histórica, que é de 800 milímetros durante o ano.
Ainda de acordo com o prognóstico, há 30% de chance de as chuvas na estação chuvosa de fevereiro, março e abril de 2017 ficarem abaixo da média e outros 30%, acima da média histórica. "Com certeza é o melhor prognóstico dos últimos anos, o melhor desde 2012. Porém, as chuvas que caem e que podem cair são insuficientes para ajudar as bacias hidrográficas", avalia a chefe do núcleo de meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto.
Ainda de acordo com a meteorologista, em 2017 não ocorreu o fenômeno El Niño, que reduz as possibilidades de chuva no Nordeste brasileiro; no entanto, e o La Niña, que aumenta as chances de precipitação na região, perdeu força.
Pior seca desde 1910
O Ceará enfrentou, em 2016, o quinto ano seguido de seca, considerada a pior seca prolongada desde 1910. Conforme a Funceme, não há registros de seis anos consecutivos de seca no estado.
Entre 1910 e 2016 somente em duas ocasiões o Ceará teve cinco anos consecutivos de seca: de 1979 a 1983 e de 2012 a 2016. Esse levantamento foi realizado pelo meteorologista David Ferran, da Funceme.
O Ceará dispõe de somente 6,4% de água disponível nos 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Há um ano, no dia 18 de janeiro de 2016, os reservatórios estavam com 12,8% da capacidade total.
Apesar das chuvas registradas em janeiro, chamadas de chuvas de pré-estação, não há relação com a quadra chuvosa, já que diferentes sistemas atuam na formação de nuvens de chuva sobre o estado. "Se fosse assim, janeiro de 2016 tinha indicado uma boa quadra chuvosa, e não foi isso que aconteceu", reforça o presidente da Funceme.
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